RASCUNHOS DE MIM
Sou feito de começos, silêncios e recomeços. Me perder faz parte da arte de me encontrar.
Ei,
antes de qualquer linha, respira fundo.
Esse não é um texto com respostas prontas, é um convite pra caminhar por dentro.
Talvez você se reconheça em algum pedaço. Talvez só se sinta acompanhado.
Seja como for, que esse rascunho de mim também possa tocar um rascunho de você.
O DESEJO DE SE ENCONTRAR
Tem dias em que tudo que eu queria era uma versão definitiva de mim, um “eu” pronto. Uma voz clara dizendo “é por aqui”.
Mas não é assim, a verdade é que me construo no tropeço, no improviso, nas dúvidas.
E é justamente aí que me reconheço: nos pedaços que ainda não entendi.
OS RASTROS QUE DEIXAMOS
Às vezes me sinto perdido, mas percebo que fui eu mesmo quem deixou rastros pelo caminho, mesmo sem saber.
Um verso esquecido num caderno antigo.
Uma playlist feita de saudade.
Uma conversa que ainda ecoa.
Há pequenos sinais que me lembram de quem sou, mesmo quando o mundo me confunde.
(Se quiser seguir mais um pouquinho comigo, no finalzinho deste post, reescrevo este poema reflexivo da foto : ‘‘Ler o Mundo’’, escrevi no ano de 2000).
Nos perdemos porque estamos vivos.
E viver, no fim, é isso: tropeçar em pistas que a gente mesmo deixou pelo caminho.
Às vezes nem lembramos que eram nossas, mas quando olhamos com atenção… elas reconhecem a gente primeiro.
O ERRO COMO LINGUAGEM DO CAMINHO
Errar não é fracasso, é linguagem.
É como o corpo dizendo: “não por aqui, mas olha só o que você aprendeu.”
Meus erros têm me ensinado a ser mais paciente comigo mesmo, a respeitar o tempo do que floresce devagar.
ESCUTAR O QUE PULSA FUNDO
Às vezes, no meio do ruído, há um silêncio que me chama.
E nele, quase sempre, tem algo que quer nascer.
Não é sobre encontrar todas as respostas — é sobre dar espaço às perguntas. É sobre sentir o universo me empurrando gentilmente de volta ao meu eixo.
SER UM RASCUNHO É UMA FORMA DE INTEIREZA
Hoje, entendo que não preciso estar pronto pra estar presente.
Ser um rascunho também é uma forma de estar inteiro.
Porque estar vivo é rascunho contínuo: refazer-se quantas vezes for preciso…e ir se moldando no percurso, com ternura, com coragem, com as mãos ainda sujas de tinta do que fomos antes.
E VOCÊ?
TEM ESCUTADO O QUE SUSSURRA DENTRO DE VOCÊ QUANDO TUDO SILENCIA?
Que essas palavras tenham feito companhia, como um bilhete esquecido no bolso, daqueles que a gente encontra num dia qualquer e sorri sozinho.
Que você siga se escutando, mesmo entre tropeços.
Porque às vezes, tudo o que a gente precisa é se permitir ser rascunho… com coragem, com ternura, com tempo . . .
Te espero na próxima página, entre um silêncio e outro, e, se alguma dessas palavras tocou você, que bom: é sinal de que a gente se encontrou nesse silêncio.
Com carinho,
Ale
LER O MUNDO
Alguns dizem
que o mundo nunca será entendido.
Outros,
procuram uma maneira
de compreendê-lo.
Livros e mais livros
já escritos e lidos
e nada parece mudar.
Será que o problema é o tempo?
Será a vida curta demais?
Temos que começar a entender
a vida para poder vivê-la,
mas . . .
A vida só será entendida,
quando o homem começar a viver.
Alex Lima
🍁E se quiser seguir mais um pouquinho comigo,
fiz uma linha do tempo com fotos minhas, entre rascunhos, silêncios e recomeços.🍂
🛤Se quiser deixar um rastro teu nesse caminho, comenta — toda partilha é ponte.🌉
As imagens capturadas por ti dão um toque a mais de conforto ao texto! Gostei muito de saber que vc já se aventurou pelo gênero poema. Se, acaso, tiver mais poemas guardados em suas gavetas ou num cantinho de sua alma, adoraria poder ler. Se você se sentir confortável em trazê-los ao Silêncio Bonito, claro!
Me reconheci em cada rascunho. É bonito ver alguém escrever com tanta verdade sobre esse caos interno que também habita em mim. Sua vulnerabilidade acolhe.