A SAUDADE POUSOU NO GALHO DO PLÁTANO - 2.Maio.2O25
A beleza na brevidade. Sobre a morte de Luisinho. 2.Maio.2O25
Quando um pardal vai embora, o céu guarda o que o tempo não soube segurar.
Ei... chega mais perto.
Hoje escrevo com o coração pequeno, como quem carrega um passarinho na palma da mão, tentando não apertar demais, tentando não deixar cair.
Essas palavras nasceram do que não coube, da perda, do silêncio, do amor imenso por um pequeno pardal chamado Luisinho.
Talvez esse texto seja sobre ele, mas talvez também seja sobre você, sobre o que vai embora antes da hora, e ainda assim deixa raiz.
Fica um pouco, se puder, tem espaço pra sentir aqui comigo.
Hoje o dia amanheceu mais cinza do que os outros, Luisinho morreu.
Enterrei ele debaixo do pé de plátano, que agora guarda mais do que folhas, guarda um silêncio.
Falam que pardais vivem pouco, mas Luisinho foi embora cedo demais, tão breve que mal deu tempo de chamá-lo pelo nome muitas vezes.
Mas o tempo não se mede só em duração, se mede também em afeto, e nisso, ele viveu uma eternidade.
SILÊNCIO DE SOLIDÃO
Há perdas que parecem pequenas aos olhos de fora, mas só quem cuida, só quem compartilha rotina com um ser vivo, entende o vazio que fica.
Zézinho, seu irmãozinho, segue aqui, mas algo se desfez no seu olhar, o canto que antes era de aconchego, agora é silêncio, não o silêncio de paz, mas de solidão.
A perda me ensinou que até no mundo dos pequenos voadores, existe singularidade, e é justamente por isso que a ausência de um se faz tão presente.
Há os ousados e há os que observam em silêncio, há os que lideram os vôos, e os que só voam quando têm companhia.
Os cantos do Zézinho já não são mais constantes, ele sempre foi o mais tímido, o mais reservado, era o Luisinho quem puxava ele para as aventuras, quem o encorajava a sair do galho seguro, a voar mais longe, a explorar. Agora, sem o irmão por perto, Zézinho parece ter perdido o impulso.
Nesse tempo, aprendi mais sobre pardais. Descobri que, mesmo parecendo tão iguais à primeira vista, cada um tem sua própria maneira de ser, suas manias, sua coragem ou seu medo, sua forma de cantar e de se relacionar, e também . . . de sentir.
NÓS SOMOS FEITOS DE PASSAGEM
Perder é uma forma de lembrar que somos todos feitos de passagem, como também somos feitos de tudo que nos tocou, e, se tudo é tão transitório, que ao menos seja belo, que sejamos inteiros mesmo no instante mais pequeno, que a gente não adie o amor, nem o afeto.
Porque não levamos nada, mas deixamos pedaços, e às vezes, um pedacinho nosso segue vivendo no coração de um outro ‘‘pássaro’’, ou . . . na raiz de um plátano.
O QUE É BREVE IMPORTA
O Luisinho me ensinou a reparar no que é breve, a amar o que não pode ser segurado pra sempre e a entender que a beleza não está em durar, mas em tocar fundo, mesmo que por um instante.
GRANDEZA ESCONDIDA NAS COISAS PEQUENAS
Sim, era apenas um pardal, mas era também um espelho.
Luisinho me lembrou, com asas pequenas e ternura que não cabia nele, que a vida é esse fio frágil e precioso, e que sentir profundamente não é fraqueza, é prova de que estamos vivos. Não verei mais suas revoadas e não sentirei mais seu pouso leve sobre minha mão.
Sei que foi só um pardal, mas, pra mim, foi um mundo inteiro, e às vezes é isso que a dor faz: revela a grandeza escondida nas coisas pequenas.
Se você chegou até aqui, obrigado por repousar comigo nesse instante de ternura e perda, essa história é sobre um pardal, mas também é sobre a gente, e tudo aquilo que aprendemos a amar.
Porque no fim, talvez sejamos todos um pouco como pardais, pequenos, intensos, e passageiros.
Vivemos à beira do invisível, entre breves alegrias e silêncios profundos.
A gente constrói ninhos de afeto no coração dos outros, sem saber por quanto tempo vamos poder ficar, mas se houver ternura nos encontros, se houver inteireza mesmo nos dias pequenos, então talvez já tenhamos vivido o que importa.
Não somos feitos pra durar, mas pra tocar, e isso, isso já é eternidade o suficiente, ao menos a parte que começa aqui, o resto . . . talvez continue em outro céu, onde nenhum voo se perde e todo amor encontra pouso.
Que essas palavras toquem com leveza onde ainda dói.
E que te lembrem: tudo que é amor deixa semente.Mesmo quando a asa parte,
um pedaço sempre fica no galho.Se precisar voltar, estarei aqui, como o plátano que guarda, como o silêncio que escuta, como quem aprendeu a acolher até o que não sabe explicar.
Sempre haverá abrigo para o que voa, parte . . . e ainda assim, permanece.
No final: Lá no finalzinho, deixo uma nota sobre a nova identidade visual que agora acompanha esse projeto e o processo criativo com fotografia e desenho gráfico.
Sim, é sobre um pardal, mas esse pardal carrega o peso suave de todas as perdas que já vivemos, de quem se foi, mas nunca deixou de habitar em nós.
Se você também já conheceu essa ausência, esse silêncio que dói, sinta-se à vontade para deixar aqui a sua história.
Escrever não apaga a dor, mas pode aliviá-la. E mais que isso, pode ser abrigo para quem passa por caminhos parecidos.
A sua dor, dividida aqui, pode ser companhia e coragem para outros corações.
Porque estamos todos na mesma estrada, e juntos, nos tornamos um pouco mais fortes, mais leves, mais humanos.
Obrigado por ler
.Nota sobre a nova Identidade Visual do :
🍁Raízes da inspiração
Assim como o outono, que acolhe as mudanças com beleza serena, minha identidade visual nasceu do desejo de traduzir o tempo que mora em mim, mais silencioso, maduro e profundamente conectado com o essencial.
Cada traço carrega um pedaço desse tempo em mim: o cair suave das folhas, a pausa que resgata o que importa, a delicadeza de continuar sendo, mesmo em transformação.
Quem me conhece há mais tempo sabe da minha conexão profunda com a natureza e, em especial, com uma árvore que sempre me encantou: o Plátano.
A folha dessa árvore majestosa e silenciosa sempre foi como um elo entre mim e a natureza, um símbolo de silêncio fértil, de raízes firmes e entrega leve ao vento.
🍁Dois caminhos, uma mesma raíz
No meu instagram profissional @alexlimacasadesign, a identidade visual já carrega essa folha como símbolo. Após iniciar minha jornada de escrita por aqui, cheguei a trazer essa imagem para cá, mas refletindo, percebi algo importante, embora o símbolo me represente, os projetos são distintos e cada um merece respirar com sua própria alma.
🍁Quando a alma muda de roupa
A logo de @alexlimacasadesign faz parte da minha jornada profissional e está ligada à uma das formas como gero renda, este espaço, o Silêncio Bonito®, é diferente. Aqui minha alma respira através das palavras e da fotografia.
Cada projeto tem sua própria alma e esse, o Silêncio Bonito, talvez seja o mais íntimo de todos. Ainda assim, quis manter o símbolo que me representa, a folha de plátano.
🍁A nova folha do Silêncio Bonito
Por isso, decidi criar uma nova identidade visual para este espaço, baseada no mesmo símbolo do plátano, mas a partir de uma nova folha, de uma das muitas que fotografei com carinho ao longo do tempo. A estrutura é semelhante, minimalista, simétrica, delicada. Mas a emoção, o tom e a intenção são outros.
Aliás, ainda que fuja um pouco do escopo do texto, mas como toda criação passa primeiro pelos olhos, vale dizer que meu caminho também é visual: Designer Gráfico, Designer de Interiores, Fotógrafo e talvez por isso eu insista tanto que toda estética carrega uma história, e toda história pede um olhar.
🍁Cada folha, uma história
Cada uma tem sua própria alma, mesmo partindo de uma mesma essência, elas se desdobram em sentidos diferentes, assim como as folhas do plátano, parecidas à primeira vista, mas únicas em forma, cor e textura. Algumas nem parecem ser da mesma árvore, e, mesmo assim, são.
Desenvolvi as duas logos a partir da particularidade de cada folha usada como inspiração, ambas carregam história, sentimento e intenção, mas falam de lados distintos da minha caminhada.
🍁Um símbolo, dois respiros diferentes
Aqui compartilho meu processo criativo, revelando como a folha que me acompanha virou símbolo em dois caminhos: o @alexlimacasadesign e o
. Unidos por uma raiz, mas florescendo de formas diferentes.Fico muito feliz que você tenha chegado até aqui.
Se a minha identidade visual e a história por trás dela tocaram você de alguma forma, quero compartilhar algo que também pulsa com a mesma sensibilidade: o perfil @palavrasfragmentadas, a qual tive o privilégio de desenvolver sua Identidade Visual com muito carinho.
Assim como o Silêncio Bonito, ela abriga silêncios que se transformam em palavras, e cada fragmento ali é um abraço delicado em forma de texto.
CONVITE:
Ah, e como já recebi o alerta de que essa publicação ficou longa demais para e-mail (mesmo condensando o máximo que pude), deixo aqui um convite pra você:
se quiser mergulhar mais na minha história, entender o propósito deste espaço e explorar todos os detalhes da nova identidade visual, é só clicar na folha. 👉🏻🍁.
Se quiser espiar um pouco dos lugares onde também expresso minha sensibilidade, seja nos espaços ou nas formas, meus trabalhos estão em @alexlimacasadesign e @divinarteimpressoes.
Mais uma vez, obrigado por estar aqui. Sua presença como leitor(a) não é só bem-vinda, é valiosa e importante para mim.🧡🍂
ameiiii💜💜💜
Eu sinto muito pela sua perda! E nunca pare de escrever, você nasceu pra isso.